segunda-feira, 29 de agosto de 2022

POR FALAR EM CORRER MAL...

(cartoon de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

O FC Porto perdeu na noite passada em Vila do Conde de forma incontestável, quer pela vontade posta em campo pelos jogadores da casa quer pela completa falta de atitude da maioria dos seus jogadores. E se há muito que a equipa de Sérgio Conceição (SC) não mostrava tão categoricamente as suas limitações ― o plantel é curto e a qualidade escassa ―, não é menos certo que foi em termos de ausência de brio e exibição de presunção que o jogo foi perdido. No final, SC assumiu (à sua maneira) a responsabilidade que realmente teve ― na escolha do onze, na falta de real aviso quanto a possíveis “problemas” (apesar do que disse na conferência de imprensa de lançamento, a mesma funcionou como um “bem pega Frei Tomás”), na montagem tática, no atraso de reação a partir do banco, em algumas substituições ― mas o relevante será observar as lições que efetivamente retirou da vergonha que ocorreu nos Arcos. Ou seja, que caminhos seguirá na próxima jornada, agora que foi confrontado com as seguintes e duras realidade: não tem laterais (João Mário não sabe defender e Zaidu apenas corre muito), Marcano com Pepe é uma dupla ultrapassada contra adversários em contra-ataque (ou muito bons, como serão muitos da Champions), Bruno Costa é um esforçado que não pode passar de um lugar no banco, Pepê ainda não mostra saber o que se lhe pede em campo, Otávio é capaz de exibições portentosas (como contra o Sporting) mas incapaz de liderar o meio-campo perante situações de adversidade, os avançados (Taremi e Evanilson) são demasiado macios e desequilibrados em termos de capacidade de concretização e os reforços (Veron, Franco, Eustáquio, Loader) ainda estão verdes (na melhor das hipóteses). Na semana, a administração da SAD talvez lhe ofereça alguma aquisição adicional de última hora que ajude a minorar a desgraça em presença, mas entretanto o que resulta adquirido do meu ponto de vista é que David Carmo tem de entrar no centro da defesa, Toni Martínez no centro do ataque (com Taremi e Evanilson a terem de disputar competitivamente entre si o outro lugar na frente) e Galeno e Pepê nas alas, com Uribe a comandar o meio-campo defensivo (como tão bem sabe, e na companhia de Grujić em certos jogos) e com Otávio a ser o “dez” possível (se não vier André Almeida nem Zaracho); o resto fica-se pelas rezas para que algum dos novos consiga emergir em condições minimamente capazes, para que Wendell dê prova de vida e talvez até para que Manafá volte depressa...

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