sábado, 6 de agosto de 2022

NOTÍCIAS PROMISSORAS VINDAS DA AMÉRICA

                                                                                 


(Num país de combustíveis baratos como os EUA, qualquer perturbação dessa regra com preços acima do normal transforma-se rapidamente em arma de arremesso político. Assim, irreconhecíveis como os Republicanos, estão com a presença de Trump por todo o lado que é RED, estranha associação da política americana, o slogan gasolina acima dos 5 dólares o galão transformou-se rapidamente em arma da campanha republicana para desacreditar a política económica de Biden. Atento como sempre às diabruras inconsequentes dos Republicanos e sempre pronto a zurzir no seu argumentário, Krugman veio a terreiro (LINK AQUI) dizer alto e para o baile porque os sinais mais recentes são de uma inflação a descer, para desgosto sentido de Trump e seus apaniguados porque percebem que o argumento lhes vai fugir por debaixo dos pés…)

Muito provavelmente porque a economia americana entrou em desaceleração, tudo indica que ainda sem a influência da política restritiva de subida de taxas de juro decidida pelo FED USA, estão publicados indicadores que anunciam a desaceleração do processo inflacionista. O economista americano traz para a sua crónica três indicadores, a evolução dos preços de retalho da gasolina, os preços de futuros para o trigo e o indicador do inquérito do Institute of Supply Management que mostra que o crescimento dos preços das matérias-primas está em desaceleração. Os três indicadores convergem na ideia da desaceleração do crescimento dos preços, o que é uma boa notícia e que retira toda a probabilidade de catastrofismo que os Republicanos se preparavam para trazer para a praça pública, naquele estilo inconfundível de Trump que pegou de estaca no partido e que para o qual surgem todos os dias a candidatos a porta-vozes da desgraça.

Do ponto de vista macroeconómico, este contexto é particularmente interessante para seguir criticamente o comportamento do FED USA em termos de política monetária. Estes sinais atrás referidos não são obviamente motivo para uma nova inversão da política presentemente em execução, levantando prematuramente restrições. Será fundamental compreender as razões desta desaceleração de crescimento de preços, sobretudo apreender qual o peso da desaceleração da economia. A política monetária terá assim de ser especialmente cautelosa, consolidando o controlo da inflação, mas especialmente atenta ao impacto recessivo dessa mesma política.

Estamos em tempos de necessidade de revisão profunda de conceitos a que nos tínhamos habituado e que por preguiça mental estiveram até agora intocáveis, como o de inflação central (core inflation) e de inflação subjacente.

Estou em crer que, com essa nova ponderação e praticando a sábia orientação de esmiuçar tudo o que possa ser indicador de variação de preços, o FED vai acabar por levar a água ao seu moinho, ou seja, controlar a pressão inflacionista assegurando uma aterragem o mais suave possível para a economia americana.

Tudo o que seja cortar vazas ao catastrofismo dos Republicanos será importante não só para a América mais progressiva, mas também para todo o mundo preocupado com o eventual regresso de incendiários ao poder.

 

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