As buscas que fazemos na Internet levam-nos por vezes a informações que não procurávamos mas se acabam por revelar assaz interessantes. Foi ontem o meu caso com a “descoberta” do quadro que acima reproduzo com a devida vénia autoral. Não que dele ressaltem elementos que não conhecêssemos ou, pelo menos, intuíssemos. Não que a desagregação do nosso crescimento económico por décadas redondas seja pacífica, visto que nada indica que algumas das maiores roturas não possam ocorrer a meio de uma década, perturbando a expressão da respetiva média (veja-se o exemplo paradigmático de 1974/75, mas também os anos das intervenções do FMI no início da década de 80). Mas a visão conjunta não deixa de ser útil e até especialmente elucidativa ― saliento como verdadeiro outlier o crescimento dos anos 60 (em resultado da abertura ao exterior no quadro da participação do País na EFTA), que aliás se prolongou até ao 25 de abril e contribuiu para ainda tornar a década de 70 a segunda mais dinâmica dos últimos 100 anos, imediatamente seguida pelas de 50 (comandada pela exploração do mercado interno) e de 80 (sobretudo por efeito induzido da adesão à CEE, ocorrida em 1986); saliento pela negativa as extremas limitações patenteadas pelo período entre guerras e ao longo do presente século (apesar das folgas decorrentes da adesão ao Euro e mesmo desconsiderando a débâcle covidiana de 2020). Quando chegará o tempo em que os nossos responsáveis económicos e políticos, em vez de se digladiarem em torno de mais ou menos décimas de riqueza criada ou por criar neste ou naquele período de tempo, se disporão a encarar com verdade e de frente estas felizes e infelizes realidades e os meios para as voltar a potenciar e/ou para as procurar conjurar?
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