sexta-feira, 26 de agosto de 2022

DEPOIS DO FOGO NA SERRA

Uma calamidade na Serra da Estrela e as respetivas derivações políticas  a somar à desgraça propriamente dita, mais um tristíssimo espetáculo coreográfico, simultaneamente bem típico da chamada silly season e bem definidor da lógica decididamente assumida por um “otimista irritante” (e autossuficiente) ao comando de uma maioria absoluta (com as participações lamentavelmente coadjuvantes, no atordoado exercício de papeis secundários, de Mariana Vieira da Silva, Patrícia Gaspar, José Luís Carneiro e outros). Como não deveria ser de bom tom, o apuramento das circunstâncias e dos factos ficará no essencial por acontecer e as explicações quanto ao que não foi sendo feito nestes cinco anos pós-tragédia de 2017 ficarão por vir, enquanto as promessas de operações especiais, junto com as de alguns milhões para o efeito, já não faltam. Com o detalhe, talvez considerado despiciendo, de que haverá execução a dez anos de vista ― ou seja, num quase longo prazo ao fim do qual muitos estarão/estaremos mortos e, seguramente também, os decisores políticos que agora se comprometem com datas e novos amanhãs cantantes. Mais palavras para quê?


(Luís Afonso, “Bartoon”, https://www.publico.pt)

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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