Assisti ontem no Dragão ao primeiro clássico da época. Um jogo muito competente da parte de um amputado FC Porto (sobretudo porque sem Vitinha e Fábio Vieira), onde Sérgio Conceição tem sido pródigo em recorrer ao seu melhor e especializado dom de conseguir restaurar equipas encontrando soluções inopinadas para fazer omeletas quase sem ovos. Ainda assim, eu não apostaria excessivamente nesta dimensão milagrosa do técnico e sempre procuraria reforçar o plantel, até ao final do mês, com mais um ou dois bem necessários elementos (um lateral e um médio, a meu ver).
Em termos de jogo jogado, o espetáculo foi agradável e a disputa relativamente tranquila para o lado dos portistas, com o meio-campo azul-e-branco a controlar e pontuar os principais equilíbrios (graças, essencialmente, a uma excelente exibição de Otávio e à segurança de Uribe, bem acompanhados atrás por Pepe) e o Sporting a dar a luta possível exatamente na semana em que perdeu, de repente e algo incompreensivelmente, o seu mais consequente construtor de jogo (Matheus Nunes). Ainda assim, não fora a excecional qualidade do guarda-redes Diogo Costa e os números bem poderiam ter sido mais aproximados.
A arbitragem esteve aceitável e, sendo certo que impediu injustamente que ao cair do pano o placard chegasse a 4-0 através de um golo limpo de Verón, logrou mesmo ter a coragem de apitar dois pontapés de penalti a favor do clube da casa (embora em dois daqueles lances que não dão grandes hipóteses de decidir diferentemente). Ainda assim, Hugo Almeida marcou pontos positivos face ao que tem vindo a ser a deficiente qualidade (quando não a vergonhosa prestação) dos juízes em campos nacionais.
Quanto ao que ainda está para vir, assistiremos nos próximos dias a um merecido apuramento do Benfica para a Champions (que lhe permitirá finalmente deslindar mais uns milhões para resolver o verdadeiro thriller deste defeso que tem sido a possível contratação de Ricardo Horta ao Braga? É que já não há pachorra para tanto desespero e tanta sapiência especulativa por parte dos comentadores cá da praça!), ao qual se seguirá o sorteio da respetiva fase de grupos (sabe-se já que o FC Porto entra no pote 1 e assim se livra de Real Madrid, Paris Saint-Germain, Manchester City, Bayern de Munique e AC Milan, nomeadamente) e depois uma concentração de partidas até à paragem (de 13 de novembro até 28 de dezembro) decorrente do Mundial de seleções a ocorrer no Catar. Uma época claramente atípica e em que muito de imprevisível se pode e vai verificar, especialmente no tocante a erros de programação e definição de planteis para o que ficará para 2023; isto se nada de surpreendente acontecer durante estes últimos dias de remissão de aflições financeiras para os clubes lusitanos e de fecho de oportunidades para os clubes “ricos” do futebol europeu (penso em Otávio, obviamente, e em que Deus nos proteja...) ― quem avisa...
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