É o que dá passar fins de semana na nossa
imensa província profunda, parca em sinal televisivo! Não fora a chamada de
atenção de um amigo e ter-me-ia escapado a contundente presença de Ângelo
Correia na TVI, sábado à noite. Sim, daquele engenheiro que, além de um dos
mais perenes membros da classe político-empresarial indígena, dizem ter sido o conselheiro/protetor
de Passos em tempos de caminhos tortuosos, tendo-se depois tornado o seu padrinho/superintendente,
seguidamente o seu mentor/inventor e finalmente um seu simples amigo/avisador.
Assim falou Ângelo sobre o digníssimo presidente
da Comissão Europeia e lídimo aspirante a futuro presidente da nossa infeliz República
Portuguesa: “(…) E a rejeitar aquilo que o dr. Durão Barroso cinicamente anda a
dizer, quando vem a Portugal às vezes dizer: ‘não, não, os governos é que
querem fazer isso, não há imposições’. Como se ele, coitadinho, não soubesse o que
a desorganização dele anda a fazer sobre nós, como se ele lavasse as mãos como
Pôncio Pilatos de tudo aquilo que a Europa nos está fazer hoje em dia. A coisa
pior que há em política é a indecência política e a falta de honestidade. Eu
quando vejo pessoas assim, irrita-me. Totalmente, totalmente, totalmente, isso
é uma falta de respeito pelo País. É estar a acusar-nos a nós que fomos nós que
quisemos fazer isto e a Europa não tem nada a ver com isto. Nós escolhemos este
caminho, a Europa não nos disse nada para o fazermos. (…)”.
Convenhamos que a postura de Durão não prima por falta de cinismo.
Admitamos até que a criatura não seja particularmente organizada. Nada contra, ainda,
que nela se encontrem motivos para irritação. Mas “falta de honestidade”,
senhor engenheiro, a que se refere V. Exa.?
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