Enquanto Passos vê a “luz ao fundo do túnel”, o País atinge máximos
de inverosimilhança. Foi hoje dado a conhecer um estudo da consultora KPMG que
eleva Portugal ao estatuto de detentor de uma das maiores cargas fiscais da
Europa! Acima, um dos vários exemplos concretos do desfavorável fosso cavado entre
os contribuintes nacionais e os de cinco dos nossos parceiros europeus
(Espanha, França, Itália, Reino Unido e Alemanha), no caso para um casal de
pensionistas com 50 mil euros de rendimento bruto anual. Mas esta escandalosa situação
não se altera, na sua (i)lógica essencial, para outros escalões de rendimento
ou para o conjunto dos trabalhadores no ativo.
Por ora, não se consegue vislumbrar qual poderá ser o fator desencadeador
de uma cada vez mais previsível “revolta na Bounty” laranja, mas é voz corrente
que se reduz de dia para dia o apoio do Partido à sua atual direção e ao cada
vez mais afunilado núcleo duro do Governo. Uma fratura que, iniciada por alguns
cavaquistas (Ferreira Leite e Rio à cabeça), já parece ter alcançado diversos
governantes e vários deputados menos dependentes. O último a manifestar-se desagradado
em público foi o sempre disciplinado João Bosco Mota Amaral que, em recentes
declarações, veio acentuar a crescente indignação dos cidadãos, a degradação da
situação geral do País e o alastramento de uma verdadeira catástrofe.
Ou muito me engano ou ainda vamos assistir a muitas surpresas vindas
deste espaço político – apesar dos apreciáveis esforços de Menezes e do seu
filho mais velho – e vai acabar por ser por aqui…
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