Morreu ontem em Lisboa, com apenas 61 anos, o sociólogo António
Dornelas. Há quem, nestas ocasiões, se refira a estes desenlaces como um desses
“mistérios” em que a vida é pródiga. Pessoalmente, confesso que o transtorno
que a aleatoriedade me provoca não me faz elevar à categoria de mistério aquilo
que só a natureza explica – fico-me, muito simplesmente, pela pequenez de uma
revolta surda e sem destinatário.
Encontrei o António na minha encarnação lisboeta e com ele me
cruzei inúmeras vezes em territórios pessoais, académicos e políticos comuns.
Embora nunca lhe tenha sido suficientemente próximo para que possa dizer que o
conhecesse bem, guardo dele a imagem de um homem de causas, íntegro e solidário.
De um daqueles poucos que, preferindo optar pela segunda fila, nunca recusa
estar presente e deixar a sua marca, assim se tornando imprescindível ao bom
desempenho dos que o palco revela como mais visíveis. O António vai fazer falta…
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