Juro que não tenho nenhum tipo de inside information sobre a matéria, mas admito que começo a ter um strong feeling de que algo poderá vir a
ocorrer do lado de António Costa quanto a uma eventual candidatura à liderança
do PS. Colocado entre a espada e a parede por obra e graça de alguns camaradas
mais precipitados – ou será que não o foram? –, Costa irá optar por responder à
aparente periclitância da sua atual situação com um lance de mestre?
Pensando em voz alta: e se Costa, após ter chegado ao incontestado
estatuto de virtual vencedor das próximas eleições para a Câmara de Lisboa,
viesse declarar que já fez o que era mais relevante para a cidade – o saneamento
estrutural da sua situação financeira – e que entende agora prioritário
contribuir com a sua experiência para o enfrentamento dos graves problemas que
afetam o País?
Desconheço qual o grau e a solidez do controlo sobre o aparelho
do Partido que se diz detido por António José Seguro. Mas, quaisquer que eles
sejam, as cartas parecem cada vez mais marcadas e nem o secretário-geral nem os
seus opositores têm grande alternativa. Aquele só será um dia primeiro-ministro
se forçar a clarificação já, decidindo-se pelo agendamento de um combate
imediato – se alguém a ele se quiser realmente abalançar – e em condições que
lhe concedem aliás algum favoritismo. O seu alegado adversário só será um dia primeiro-ministro
se arriscar agora, decidindo-se por saltar do conforto da bancada para o terreno
de jogo e qualquer que venha a ser o resultado imediato.
Para lá da algazarra dos comentários, do zumbido dos mentideiros
e do silêncio das maquinações, quem revelará ter mais unhas políticas para
tocar esta guitarra portuguesa… e socialista?
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