Já falámos de flops ou de erros de casting no atual governo. A remodelação
de secretários de Estado tem muito dessas situações. Mas trouxe mais uma
tipologia: os limites do ridículo.
Falámos a este propósito da substituição
do secretário de Estado da Inovação e do Empreendedorismo, Carlos Nuno Oliveira,
o empresário que se tornou secretário de Estado. Entendeu a dita personalidade
precisar em comunicado o sentido da sua saída, o que se bem me recordo é
inovador ao nível de secretários de Estado, mas afinal ele tinha a inovação e o
empreendedorismo como área de atuação: “Deixo o Governo com a mesma atitude e
postura de que quando cheguei. Sempre encarei esta missão de serviço ao país
como algo com princípio, meio e fim. Como é conhecido, sou um empreendedor e é
aí que retorno”. Até aqui tudo bem. Mas não ficou por aqui o comunicado.
Citando o Jornal de Negócios: “Carlos Nuno Oliveira diz que ‘foi com muita
honra’ que integrou a equipa do Ministério da Economia e do Emprego ao longo
dos últimos 18 meses, salientando que ‘foi um período de trabalho muito intenso’
durante o qual teve ‘o privilégio de ajudar a concretizar um conjunto de
reformas sem precedentes’, como a reforma do licenciamento industrial, a
reforma do capital de risco, os PME Crescimento 2012 e 2013, o PME
capitalização, o PME obrigações e o alargamento de prazo das linhas PME Invest.
Além disso, sublinha a sua colaboração no Programa estratégico para o
empreendedorismo e a inovação, no Programa +empresas, na Agenda Portugal
Digital e nos Instrumentos de Financiamento as empresas (6,5 mil milhões de
euros) e no Portugal sou Eu.”
Devemos estar a falar de
reformas invisíveis. Ou o ex-secretário de Estado tem um conceito de reformas
algo original ou então o seu ego demolidor fá-lo prenunciar mudanças que tenho
muitas dúvidas que as empresas em geral as tenham sentido.
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