Não aportando nada de particularmente original, é útil por paradigmática
a observação da realidade atual da indústria automóvel a nível internacional. O
gráfico do “Financial Times” dispensa grandes comentários sobre o que se está a
passar: China a explodir, Estados Unidos a recuperar, Europa em perda e Japão
em declínio.
Especialmente assinalável é a previsão de que a produção chinesa –
quase nula até aos anos 80 e a rondar presentemente os 20 milhões de veículos
(23,8% de um total mundial correspondente a 82,4 milhões de veículos), após uma
multiplicação por dez do output que registava no início do século (3,5% do
total mundial) – irá ultrapassar a produção europeia (18,3 milhões, incluindo
Turquia e Rússia, após uma quebra projetada de 3,2% para 2013 que prolonga os
6,2% de 2012) ao longo do corrente ano.
São ainda de sublinhar duas outras tendências relevantes: por um
lado, a China constitui já o maior mercado consumidor do mundo a nível do setor
automóvel, tornando-se recetora de volumes crescentes de investimento (instalações
industriais ou redes comerciais) por parte da maioria das grandes marcas
internacionais (com a respetiva contrapartida em fechos noutras zonas do Globo,
designadamente no Continente Europeu); por outro lado, é crescente o número de
países asiáticos que prosseguem na senda chinesa, com destaque para a duplicação
dos volumes produzidos pela Índia (4,1 milhões de veículos) e pela Tailândia (2,4
milhões) no período pós-crise financeira (2007-2013).
O caso da Volkswagen, que está em vias de triplicar a sua produção
asiática neste mesmo curto período de tempo e de chegar ao final de 2013 com um
terço da sua produção global sediada naquele continente (15% em 2007),
evidencia bem a rápida e forte mutação em curso na geografia de uma indústria
automóvel que constitui um excelente indicador da revolução em curso na paisagem
económica à escala mundial…
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