sábado, 23 de agosto de 2014

A JOVEM ÁFRICA

Por estes dias divulgado em Joanesburgo, um relatório da UNICEF sobre a demografia africana (“Afrique: Génération 2030”) vem por preto no branco uma tendência inescapável da previsível evolução da população mundial. Senão vejamos algumas relevantes indicações de sinal convergente: a população africana vai aumentar sustentadamente até ao final do século (duplicando entre 1950 e 2050, momento em que atingirá 2,4 mil milhões de pessoas e passará a representar um quarto da humanidade – contra apenas 9% cem anos antes –, para atingir 4,2 mil milhões e 40% em 2100), muito em resultado de uma taxa de natalidade contraciclicamente crescente em relação ao resto do mundo e que fará com que o número de nascimentos mundiais até 2050 se concentre no continente africano a um nível de 41% (perto de 2 mil milhões de crianças) e com que nessa data sejam africanas 40% das crianças do planeta com menos de 5 anos e se aproxime do billion o número de jovens africanos com idade inferior a 18 anos. Destes dados decorrem várias implicações, quer no tocante a aspetos curiosos como os das particularidades associadas à maior economia africana (a Nigéria, que representará isoladamente quase 10% dos nascimentos mundiais e multiplicará a sua população por 2,5 nos próximos 35 anos para atingir 440 milhões de habitantes em 2050) quer no tocante a urgências prementes como as de um ataque às deficientes condições de vida que não deixarão de envolver essa massa humana (da pobreza em geral à saúde ou à explosão urbana) ou as de um desejável investimento maciço na educação e qualificação de todos esses ativos – sendo que, sea lo que sea, o mundo nunca mais será o que era...

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