quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A VERTIGEM DE DOMINGO À NOITE NÃO ACABOU

(Observador)


Os próximos tempos prometem ser alucinantes em matéria das réplicas que vão seguir-se após o fim-de-semana de todos os trabalhos que a intervenção no BES suscitou. Estou com a sensação estranha de que o país será cobaia da aplicação de uma legislação que apanhou quase toda a gente desprevenida.
E a primeira preocupação a ter é a da informação, ou seja, ler quem e ler o quê? Para já, face ao que está a ser publicado, o Expresso on line (por via sobretudo de Pedro Santos Guerreiro) e o Observador, também on line, constituem a meu ver os referenciais de informação nesta matéria complexa e a sua leitura é bem mais útil do que os debates televisivos, que acrescentam muito pouco (veja-se, por exemplo, o debate Nuno Melo versus João Semedo, hoje na SIC Notícias.
Para acompanhamento futuro, antevejo que as matérias quentes dos próximos tempos sejam predominantemente as seguintes:
  •  Análise das condições de informação em que decorreu o último aumento de capital do BES, que terá proporcionado segundo o Financial Times um dos mais desastrados investimentos financeiros dos últimos tempos;
  • Discussão do direito de utilização da expropriação de acionistas ao remetê-los para o bad bank (um turbilhão de conflitualidade jurídica vai certamente suceder-se) e da separação praticada entre diferentes tipos de obrigacionistas;
  • Debate em torno das condições em que o Novo Banco será vendido, fator crucial para compreender qual vai ser em última instância o envolvimento do Estado e dos contribuintes em geral;
  • Reação da banca privada à solução.
Por tudo isto, mesmo que o clima não o determine, Agosto será bem quente e não ficará por aí.

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