(Observador)
Os próximos tempos prometem ser alucinantes em
matéria das réplicas que vão seguir-se após o fim-de-semana de todos os
trabalhos que a intervenção no BES suscitou. Estou com a sensação estranha de
que o país será cobaia da aplicação de uma legislação que apanhou quase toda a
gente desprevenida.
E a primeira preocupação a ter é a da informação,
ou seja, ler quem e ler o quê? Para já, face ao que está a ser publicado, o Expresso
on line (por via sobretudo de Pedro
Santos Guerreiro) e o Observador, também on
line, constituem a meu ver os referenciais de informação nesta matéria
complexa e a sua leitura é bem mais útil do que os debates televisivos, que
acrescentam muito pouco (veja-se, por exemplo, o debate Nuno Melo versus João
Semedo, hoje na SIC Notícias.
Para acompanhamento futuro, antevejo que as matérias
quentes dos próximos tempos sejam predominantemente as seguintes:
- Análise das condições de informação em que decorreu o último aumento de capital do BES, que terá proporcionado segundo o Financial Times um dos mais desastrados investimentos financeiros dos últimos tempos;
- Discussão do direito de utilização da expropriação de acionistas ao remetê-los para o bad bank (um turbilhão de conflitualidade jurídica vai certamente suceder-se) e da separação praticada entre diferentes tipos de obrigacionistas;
- Debate em torno das condições em que o Novo Banco será vendido, fator crucial para compreender qual vai ser em última instância o envolvimento do Estado e dos contribuintes em geral;
- Reação da banca privada à solução.
Por tudo isto, mesmo que o clima não o determine,
Agosto será bem quente e não ficará por aí.
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