segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A REGRA DOS TRÊS TERÇOS (I)


Eu tinha lido a lúcida e corajosa entrevista do ministro da Economia francês (Arnaud Montebourg, AM) ao “Le Monde” deste fim de semana (imagem acima para o devido registo histórico). E algo me sugeria que ficasse alerta quanto às respetivas repercussões, o que fiz de bom grado atenta a significância da situação: apercebi-me então que AM já tinha anunciado novidades à saída do Conselho de Ministros da Quarta-Feira, que o ministro da Educação (Benoit Hamon) também saíra à liça no mesmo sentido e que os dois tinham estado juntos na “Festa da Rosa” realizada na circunscrição de AM (Frangy-en-Bresse, Borgonha) onde este voltou a sintetizar o essencial: “É o que chamo a regra dos três terços. Ela é muito simples e permitiria, assim, um terço para o apoio à competitividade das empresas – é já o caso –, um terço – e não mais demasiado – para a redução dos défices e um terço sob a forma de baixa dos impostos sobre as famílias”. A reação de Hollande e Valls (ou inversamente) não se fez esperar e o governo francês já está demissionário e irá sofrer uma remodelação profunda a anunciar amanhã – separar nesta questão o que é luta política e ideológica interna e o que é cedência ao lamentável mainstream germânico-europeu por imposição decorrente das fragilidades associadas à situação económica francesa é toda uma outra questão...

Sem comentários:

Enviar um comentário