sábado, 2 de agosto de 2014

SAIR DA CAIXA

(James Ferguson, http://www.ft.com)

Neste inóspito e perigoso planeta em que vivemos, já rigorosamente nada pode ser tomado por adquirido. E não se trata unicamente de a tradição não ser mais o que era antes, como diz aquele slogan publicitário, são também os drivers da mudança que crescentemente escapam à nossa capacidade de perceção e controlo. Neste quadro, a única resposta intelectual inteligente passa pela abertura – dos olhos para poder ver mais e melhor em redor e da cabeça para criar condições de penetração ao novo, ao diferente e ao improvável –, leia-se pelo diálogo e pela fecundação interdisciplinar.

Pensei nestas evidências, tão cristalinas quanto pouco praticadas, quando lia há dias um texto do “Financial Times” sobre a esgotada agenda curricular dos MBAs que por aí vão sendo oferecidos a pontapé. Nele se falava da necessidade que algumas Escolas mais atentas e menos ortodoxas vão sentindo de alargar os seus horizontes disciplinares para além dos seus muito especializados e bem embrulhados menus centrados na contabilidade, nas finanças, no marketing, nos recursos humanos e na gestão de operações.

Em conformidade, o referido artigo sublinhava ainda quer o facto de os atuais desafios de um mundo sem fronteiras serem cada vez menos compatíveis com abordagens assentes em silos, antes exigindo o manuseamento de uma gama de matérias de largo espetro (da mudança climática ao ciberterrorismo, acentuava-se), quer o facto de as atuais saídas profissionais resultarem cada vez menos em posições funcionais nos grandes grupos empresariais do que na criação de empresas próprias, na exploração da tecnologia e das redes sociais ou no envolvimento em novas áreas de negócio (saúde e ambiente, p.e.) e em dimensões de empreendedorismo social – multiskillng e pensamento integrado são, então, duas das recomendações apropriadas à complexidade da situação. Sendo ainda que, e cito, “quando se derrubam os silos entre as escolas de negócios e outras escolas do campus, criam-se oportunidades para novas ideias” – to whom it may concern...

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