O maestro e pianista Daniel Barenboim é um
artista de grandes causas. Aprecio muito esta capacidade de alguns dotados de
permanecer civicamente ativos e empenhados e não deixar por isso de prezar a
sua arte. Para além disso, o facto de ter conseguido de novo levar a minha diva do piano Martha Argherich ao Colón de Buenos Aires depois de tantos anos colocou-o para sempre nos meus prediletos.
A ação diplomática internacional do ex-Presidente
da República Jorge Sampaio e da sua assessora diplomática Helena Barroco (bem
haja Cara Helena por tanta energia) começa a ser reconhecida pelos que sabem
distinguir entre grandes e úteis causas e feiras de vaidades. Esta ação diplomática
preza bem a tradição progressista e de tolerância do seu pensamento político e
da mais pura tradição do socialismo democrático do tempo em que a sua relevância
nas grandes causas internacionais não era esquecida.
Os estudantes sírios refugiados em vários países,
entre os quais em Portugal, em busca de uma formação que lhes permita, num
futuro que se espera não seja tão longínquo como isso, intervir proactivamente num
país devastado pela combinação explosiva de poder sanguinário e inépcia política
europeia e americana, constituem uma causa nobre.
Ora, estas três realidades juntam-se em 28 de
setembro de 2014, pelas 15 horas, em Bruxelas, para um concerto de beneficência
em que Barenboim tocará Schubert. O local será o Palais des Beaux Arts.
Caros amigos e andarilhos das questões europeias,
se forem apanhados em Bruxelas nessa data, não hesitem em dar a mão a esta
causa. O drink ou a cerveja, artesanal ou mais padronizada, que possam tomar
depois do concerto, numa praça ou esplanada a descobrir, serão seguramente mais
saborosos.
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