domingo, 24 de agosto de 2014

O SOBE E DESCE DA SEMANA (VIII)


Cumpriu-se por estas nossas paragens uma semana apalermadamente estival e tipicamente lusitana: declarações tonitruantes na sua incomensurável repetitividade, falas descoroçoantes na sua ingénua imbecilidade, acusações miseráveis na sua indisfarçável inveja, afirmações perentórias na sua descomunal ignorância. Nada, nem mesmo a insuportável arrogância de Marinho e Pinto (“se os eleitores se sentirem defraudados, não votem em mim”), merece as limitadas honras de um destaque.

Volto-me, pois, para outros lados. E acabo por encontrar motivação bastante em duas entrevistas concedidas ao “Le Monde”: em termos de sinal mais, a do economista norte-americano Christopher Sims – titular em 2011 do prémio do banco central sueco em Ciências Económicas em memória de Alfred Nobel e tudo menos um perigoso ideólogo de esquerda! – que, de visita à Baviera para participar nos “Encontros de Economia de Lindau” (por onde também andou Merkel a espalhar a sua palavra), por lá foi explicando que “a política da Alemanha agrava a crise”, que “a Europa se arrisca realmente a ser confrontada com um cenário à japonesa” e que “é necessária uma abordagem diferente das políticas económicas e fiscais”, entre várias outras verdades como as acima citadas; em termos de sinal menos, a do presidente François Hollande que, a marcar a sua penosa rentrée, trauteou um discurso contendo três ingredientes estragados e mal cozinhados, conducentes a um desvio demagógico diretamente proporcional à pompa assertiva, a um perigoso embuste quanto à credibilidade dos países associável às baixas taxas que correm nos mercados da dívida e a uma decadente  e autoprotegida “visão” europeia vinda do responsável máximo do segundo mais importante país da União – “la France”, pois então!

Sem comentários:

Enviar um comentário