(La Vanguardia)
Apesar de Jordi Pujol se ter voluntariamente
transformado num produto tóxico acomodado nas mais profundas e recônditas catacumbas
do independentismo e nacionalismo catalão, facilitando a vida aos que
rapidamente procuraram afastar-se de tal personalidade, o rombo ou brecha na
CiU está longe de estar calculado.
O problema está no facto da letra não dizer com a
careta em matéria da real proveniência da fortuna que terá sido mantida em off
shores exteriores até à declaração de Pai Pujol. Pelo menos dois outros filhos
de Pujol estavam em rigorosa avaliação por parte das autoridades policiais e
fiscais espanholas, dando matéria para que o PP mais profundo e anti-regionalista
aguce os beiços por tão inesperada guloseima. E não é seguro que, ao contrário
do que o velho Pujol afirmou, a tal fortuna tenha origem nas atividades mais ou
menos informais lideradas pelo pai do pai Pujol. Há uma pista que começa a
desenhar-se com alguma força e que diz respeito à possibilidade da família
Pujol ser a destinatária em última instância de uma taxa de 3% cobrada em
qualquer investimento imobiliário aprovado pela Generalitat. Aliás, em tempos,
o ex-líder socialista Pascual Maragall, hoje com uma doença degenerativa incurável
em elevado estado de adiantamento, já o havia denunciado:
“El
socialista Pascual Maragall disparó el 24 de febrero de 2005 desde su tribuna
de presidente de la Generalitat siete palabras letales contra los nacionalistas
de CiU, que habían gobernado 23 años seguidos en Cataluña: “Su problema se
llama 3%”. Aquel ataque a la honorabilidad de Jordi Pujol i Soley y de todos
sus consejeros, a los que acusó de una práctica corrupta continuada consistente
en el cobro de comisiones ilegales por la adjudicación de obras públicas, tenía
fundamento.”(link aqui).
Esta matéria é de uma profunda relevância para se
conhecer os verdadeiros meandros dos poderes regionais. Os bascos tiveram o seu
imposto revolucionário de má memória. Os catalães praticavam-no, pelos vistos,
com outro tipo de violência.
É por estas e por outras que face ao poder todos
os cuidados são poucos.
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