A Cidade de Braga tem uma conhecida rivalidade
com o Porto, saudável ou doentia rivalidade tudo dependendo dos domínios em que
ela se manifeste, da Universidade ao futebol, da cultura à juventude passando
pela ciência e pelo associativismo empresarial, na política também.
Do ponto de vista político, não tem sido possível
encontrar um modelo de governação para todo este espaço, em que estas cidades
despontam, que em alguns escritos antigos designei de Região Urbana Atlântica. É
nesse contexto territorial, a que poucos têm dedicado a atenção devida (Artur
Santos Silva e a Fundação Calouste Gulbenkian descobriram-no recentemente a
propósito dos ecossistemas de inovação que as universidades do Minho, do Porto
e de Aveiro), que a tal rivalidade tem de ser gerida e utilizada no bom
sentido.
No meu entender, a afirmação das Cidades tem sido
demasiado tributária da ação desenvolvida pelas forças políticas locais e as
sociedades civis têm permanecido demasiado preocupadas com as suas vaidades e
pequeninos problemas. Até porque das forças políticas, pelas evidências
recentes, Braga tem de baixar expectativas.
Nos últimos tempos, as forças políticas da alternância
(PS e PSD) têm aparecido na comunicação social não propriamente pelos melhores
motivos. O PS aparece destacado nessa visibilidade. Primeiro, por sinais de
pugilato do melhor entre militantes. Depois, pela história rocambolesca dos
militantes mistério que até meteu militantes mortos para as eleições na federação.
Mas o PSD, ao deslizar para o travar de razões com o executivo anterior de
Mesquita Machado (cuja conferência de imprensa foi penosa e bem ilustrativa de
uma era que acabou) em torno de auditorias e interpretações cruzadas sobre atos
económicos de ambos os executivos, perde-se nos falsos problemas e gasta desnecessariamente
energia quando a Cidade dela precisa para a sua afirmação.
Por tudo isto, a sociedade civil não pode
continuar apática, desestruturada, focada nas pequenas vaidades.
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