quarta-feira, 20 de agosto de 2014

DIVERTÍCOLOS BRACARENSES



A Cidade de Braga tem uma conhecida rivalidade com o Porto, saudável ou doentia rivalidade tudo dependendo dos domínios em que ela se manifeste, da Universidade ao futebol, da cultura à juventude passando pela ciência e pelo associativismo empresarial, na política também.
Do ponto de vista político, não tem sido possível encontrar um modelo de governação para todo este espaço, em que estas cidades despontam, que em alguns escritos antigos designei de Região Urbana Atlântica. É nesse contexto territorial, a que poucos têm dedicado a atenção devida (Artur Santos Silva e a Fundação Calouste Gulbenkian descobriram-no recentemente a propósito dos ecossistemas de inovação que as universidades do Minho, do Porto e de Aveiro), que a tal rivalidade tem de ser gerida e utilizada no bom sentido.
No meu entender, a afirmação das Cidades tem sido demasiado tributária da ação desenvolvida pelas forças políticas locais e as sociedades civis têm permanecido demasiado preocupadas com as suas vaidades e pequeninos problemas. Até porque das forças políticas, pelas evidências recentes, Braga tem de baixar expectativas.
Nos últimos tempos, as forças políticas da alternância (PS e PSD) têm aparecido na comunicação social não propriamente pelos melhores motivos. O PS aparece destacado nessa visibilidade. Primeiro, por sinais de pugilato do melhor entre militantes. Depois, pela história rocambolesca dos militantes mistério que até meteu militantes mortos para as eleições na federação. Mas o PSD, ao deslizar para o travar de razões com o executivo anterior de Mesquita Machado (cuja conferência de imprensa foi penosa e bem ilustrativa de uma era que acabou) em torno de auditorias e interpretações cruzadas sobre atos económicos de ambos os executivos, perde-se nos falsos problemas e gasta desnecessariamente energia quando a Cidade dela precisa para a sua afirmação.
Por tudo isto, a sociedade civil não pode continuar apática, desestruturada, focada nas pequenas vaidades.

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