Uma passagem de circunstância pela Ler Devagar na
Lx Factory permitiu-me eleger ao acaso quatro leituras de férias, que partilho.
O deambular aleatório por uma livraria e pelas
suas mesas (gosto mais das mesas do que das estantes) é das minhas atividades
preferidas de flâneur (les flâneurs se promènent doucement), um raro
momento em que o ócio é descanso efetivo.
E aqui estão as minhas escolhas:
Honoré de Balzac – A arte
de pagar as suas dívidas e de satisfazer os seus credores sem gastar um cêntimo,
Edição Nova Delphi (com prefácio de José Viale Moutinho)
Um livro que recomendo sobretudo à família Espírito
Santo.
Miguel de Unamuno – Portugal
Povo de Suicidas – Edição Letra Livre
É famosa a afirmação de Unamuno de que os portugueses
são uns invertebrados. Ela consta e é analisada pela grande maioria das obras
que se preocupam com a matriz identitária dos portugueses. Este tipo de
categorias sem uma correspondência sociológica rigorosa são extremamente discutíveis,
mas em período de férias tudo se contorna. Nos últimos tempos, temos lançado
para o terreno novas evidências que talvez reforçassem a reflexão de Unamuno.
Boris Vian, A Espuma dos
Dias, EdiçãoRelógio d'Água
Tempo para recordar a escrita fortemente visual
de Vian e isso basta.
Pedro Mexia – Lei Seca
– Diários 2009-2012, Edição Tinta da China
Um dos intelectuais mais estimulantes da geração
mais nova, uma cultura que intimida, e sobretudo a oportunidade de o ler mais
sistematicamente.
Boas leituras.
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