sexta-feira, 8 de agosto de 2014

TAMBÉM TU, ALBERTO?



Era minha intuição que esta travessia política do PS até 28 de setembro de 2014 ia ser tenebrosa, qualquer que seja o ponto de vista que utilizemos para o avaliar, o de Seguro ou o de Costa.
E a dinâmica dos acontecimentos tem vindo a confirmar essa intuição, que era de muita gente, pois Seguro e Costa, embora procurando falar para o país mais preocupado com a instabilidade do sistema financeiro do que as querelas internas do PS, fazem-no a pensar no adversário e regra geral tem saído asneira.
A audição parlamentar da ministra das Finanças e do Governador do Banco de Portugal foi penosa a todos os níveis para o PS e a entrevista de António Costa à Visão pela interpretação do meu colega de blogue vem na mesma orientação de preocupações.
Mas o que me foi especialmente penoso assistir foi à prestação de Alberto Martins completamente emparedado por uma Maria Luís Albuquerque, de pelo na benta, e cada vez mais segura de si. Pudera com interpelações desta natureza! Há personagens políticos que não deviam ser sujeitos a tais provações e o passado de Alberto Martins justificaria da sua parte uma maior cautela na preparação das intervenções. O caso do BES é mortífero para um PS sem bússola, oscilando em esperar que Salgado ainda trame colateralmente alguns apoiantes de Costa (Seguro e seus apaniguados) e em cavalgar a ideia de que vão ser os contribuintes a arcar com tudo isto (Costa, sobretudo). Ora, é nestas situações e dossiers, e muito menos em quadros programáticos, que se pode aferir o que valem as alternativas. E começa a emergir um sabor amargo quanto à alternativa com que poderemos contar.

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