Era minha intuição que esta travessia política do
PS até 28 de setembro de 2014 ia ser tenebrosa, qualquer que seja o ponto de
vista que utilizemos para o avaliar, o de Seguro ou o de Costa.
E a dinâmica dos acontecimentos tem vindo a
confirmar essa intuição, que era de muita gente, pois Seguro e Costa, embora
procurando falar para o país mais preocupado com a instabilidade do sistema
financeiro do que as querelas internas do PS, fazem-no a pensar no adversário e
regra geral tem saído asneira.
A audição parlamentar da ministra das Finanças e
do Governador do Banco de Portugal foi penosa a todos os níveis para o PS e a
entrevista de António Costa à Visão pela interpretação do meu colega de blogue
vem na mesma orientação de preocupações.
Mas o que me foi especialmente penoso assistir
foi à prestação de Alberto Martins completamente emparedado por uma Maria Luís
Albuquerque, de pelo na benta, e cada vez mais segura de si. Pudera com interpelações desta natureza! Há personagens políticos
que não deviam ser sujeitos a tais provações e o passado de Alberto Martins
justificaria da sua parte uma maior cautela na preparação das intervenções. O
caso do BES é mortífero para um PS sem bússola, oscilando em esperar que
Salgado ainda trame colateralmente alguns apoiantes de Costa (Seguro e seus
apaniguados) e em cavalgar a ideia de que vão ser os contribuintes a arcar com
tudo isto (Costa, sobretudo). Ora, é nestas situações e dossiers, e muito menos
em quadros programáticos, que se pode aferir o que valem as alternativas. E
começa a emergir um sabor amargo quanto à alternativa com que poderemos contar.
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