Estes dois últimos dias da existência de António Costa, passados entre Bruxelas e Lisboa, foram sintomáticos do que é a sua não invejável vida de primeiro-ministro do Governo amador e esgotado que escolheu designar e liderar. Ao que ainda acresce o Partido, onde os esforçados ajudantes maiores conseguem estragar mais do que contribuir com inteligência para suportar um desiderato individual que se tende a confundir com o do coletivo. Pessoalmente, é com alguma angústia que assisto à sucessão de cenas que a cada hora evidencia um modo de estar na política marcado por uma correria desencaminhada e um submisso apego ao poder (mesmo que o jogo possa revelar-se viciado quanto à vontade expressa), ademais justificado por argumentários tão desprovidos e indigentes quanto os de Ana Catarina Mendes e Carlos César ou João Leão e Mariana Vieira da Silva (assim como de outros protagonistas em outras ocasiões). Trata-se, afinal, de uma espécie de vergonha alheia que acaba por também ser própria na medida em que fui em tempos um daqueles independentes da área socialista que se decidiu a participar com o seu voto na luta interna que tramou António José Seguro.
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