Em Espanha, como cá, a situação política evolui ou, pelo menos, parece estar a mudar. As sondagens mais credíveis ainda colocam o PSOE à frente mas o cenário aponta para uma tendência “popular” crescente, com o VOX já perfeitamente consolidado como terceira força política (uma imagem que não distará muito da que se revelará em Portugal se próximas eleições forem convocadas para breve). Os socialistas vão reagindo a este estado de coisas, como sabem e podem, quer anunciando uma chuva de dinheiros europeus, quer pacificando as hostes internas, quer revisitando o seu ideário (agora proclamado sobretudo “verde e feminista”!); mas não se lhes augura um futuro próspero nos tempos que estão para vir. Até porque as poll of polls já antecipam a previsibilidade deste caminho de regresso da direita (com mais ou menos acordos com a sua extrema, dificilmente dispensáveis mas quem sabe?). Ou seja, lá como cá (embora os problemas de lá sejam bem maiores do que os de cá), o socialismo democrático não soube segurar-se no poder ostentando rumos sólidos e assentes em valores próprios ao jogar no essencial com a arrogância dos taticismos mais serôdios e o recurso a um marketing político impróprio para o consumo dos tempos que correm.
domingo, 17 de outubro de 2021
VENTOS E PREMONIÇÕES
(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário