sábado, 14 de janeiro de 2023

DA MISÉRIA MORAL A QUE ISTO CHEGOU

(Luís Afonso, “Bartoon”, https://www.publico.pt

A velocidade vertiginosa a que os factos se sucedem não permite grandes possibilidades de rever a matéria dada por parte de quem tenha estado uns dias fora do comentário à atualidade. Não vou, por isso, revisitar a multiplicidade de “casos e casinhos” que atingiram por estes dias, semanas e meses a governação e a classe política em geral, numa avassaladora perspetiva que o meu colega do lado aqui acabou de qualificar de “degenerescência moral”. Referirei apenas quanto concordo com a ideia de que “o principal princípio ético... é ter vergonha”, acrescentando-lhe a convicção de que não será remuneradora a postura adotada por António Costa (ora atirando dinheiro para cima dos problemas, ora escondendo-os com metodologias politiqueiras que meramente resultam em tentativas vãs de desresponsabilização pessoal e objetiva idiotização dos cidadãos, como agora acontece com o já por demais consagrado “questionário”). Perante períodos de perdição como este, a lei de Murphy também vem ao de cima, como bem ilustram o emprego de Rita Marques, a demissão do assessor do primeiro-ministro, a nomeação do namorado da secretária de Estado da Proteção Civil ou a prisão preventiva do presidente da Câmara de Espinho. Mas para a pequena história sempre ficarão os episódios protagonizados por Miguel Alves, Alexandra Reis ou Carla Alves, com a indesmentível colaboração dos seus instigadores de facto...

Sem comentários:

Enviar um comentário