Ontem fui até Ponte de Lima para um amigável convívio entre gente da velha FEP, sobretudo ligada ao curso finalizado em 1977 mas contando com a junção de dois penetras (o lendário José Rodrigues de Jesus e eu próprio). A história de cada um é o que é e, ao contrário da minha/nossa, a da maioria daqueles colegas foi sobretudo profissionalmente marcada pelas suas incursões empresariais e de gestão, uns assumindo diretamente o risco da iniciativa, outros desenvolvendo uma muito bem-sucedida carreira em grandes grupos nacionais, outros ainda enveredando pela atividade bancária, outros finalmente dedicando-se a cuidar das contas das empresas e suas adjacências de fiscalização. O promotor da ideia que nos juntou é um daqueles relativamente anónimos empresários do Norte, alguém que desde muito cedo declinou a possibilidade de enveredar por uma ligação à academia ou à gestão por conta de outrem para concretizar uma vocação que sentia e para a qual praticamente apenas contava com as suas próprias forças e atributos; a empresa que criou e fez crescer com empenho, determinação e solidez, a P&R Têxteis de Barcelos, é especialista em vestuário técnico desportivo e parceira das maiores marcas mundiais, tendo sido no ano transato uma das seis PME finalistas do prémio da COTEC para a Inovação (uma menção de reconhecimento entre muitas outras); estava também no programa a visita às instalações da quinta em Vila Verde que serve de base ao novo negócio, os vinhos, a que mais recentemente decidiu lançar-se. No regresso ao Porto revi na já longínqua memória o passado de há décadas daquelas caras que a oportunidade daquele dia atualizara, ao mesmo tempo que falava com os meus botões sobre a excelência daquela tarde agradável e cheia de sentido, obviamente sem alcançar o talento da síntese profunda de Virgílio Ferreira (hoje publicada no “Escrito na Pedra” do “Público” ― há coincidências curiosas!) em torno do tempo, o que passa e não passa depressa e o que passou tão depressa. Um grato abraço a todos!
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