As nossas opiniões pública ou publicada disseram ou escreveram praticamente tudo o que é essencial sobre a última novela que nos vai enchendo os dias, a dos custos do altar-palco para receber o Papa. Destaco a reação de disfarçada perplexidade por parte de José Sá Fernandes (coordenador do grupo de projeto da Jornada Mundial da Juventude nomeado pelo Governo) e o excelente editorial de Andreia Sanches no “Público” e cujo título é eloquente (“Um altar à incapacidade de planear”). O resto é mais do mesmo: desleixo político manifesto (a correria atrás das luzes e do protagonismo mais ou menos exibicionista não permite que fique grande tempo para se trabalhar com a devida calma e organização), dois Presidentes de Câmara pouco responsáveis e demonstradamente incompetentes (embora por razões diferentes, um desprezando milhões e outro aproveitando milhões mas ambos com mania das grandezas e colocando-se a tal ponto no centro das atenções que tudo o mais acaba por resultar obscurecido ou mesmo esquecido), a Igreja a assobiar para o lado na habitual expectativa de uma subsidiação generosa e um Presidente a correr chocantemente atrás do que vai sentindo com variação no palpitar dos cidadãos. Tudo devidamente considerado, não faltarão contra-argumentos recuperadores de natureza ambiental, ordenamental e futurista (que, aliás, já se vão sussurrando) e, afinal, não mais se trata, e apenas para início de conversa, do que da mísera bagatela de quatro ou cinco milhões mais no oceano de desperdício que por aí anda!
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