A noite não foi nem longa nem especialmente emocionante. Mas começou, ainda assim, com as sondagens à boca da urna a darem uma vitória bastante arrasadora ao PP e uma forte probabilidade de se vir a gerar uma maioria à direita (PP+Vox) capaz de viabilizar com alguma tranquilidade a formação de um governo e, assim, a prevista e anunciada viragem. Afinal, e à medida que a rápida contagem de votos se processava, a resistência do PSOE e a quebra da extrema-direita tornavam-se salientes e acabaram por garantir um resultado fortemente improvável e altamente indecifrável (abaixo as capas dos jornais da manhã, onde é nítida a enorme azia do “ABC”, do “El Mundo” e do “La Razón”), com Feijóo a reclamar o seu direito a formar governo (onde é que já vimos isto cá na Terrinha?) e Sánchez a apresentar-se como o arauto de um progressismo maioritário contra uma alternativa de retrocesso que não passou (mesmo que, agora sim, a montagem de uma “geringonça espanhola” vá seguramente constituir uma tarefa hercúlea, para não dizer quase impossível). Veremos o que nos reservam os próximos dias, com o essencial a passar pelas formações nacionalistas (a mais duvidosa é a estratégia que será montada pelo “Junts per Catalunya”) e não sendo de excluir uma saída de bloqueio e correspondente necessidade de novo ato eleitoral. Em qualquer caso, o certo é que Sánchez gastou com sucesso mais uma das suas sete vidas e que Feijóo poderá estar a contas, em breve, com a menina de Madrid (Isabel Ayuso) e a sua indisfarçada ambição de poder nacional.
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