Seleciono cinco peças do “Expresso” enquanto indiciadoras do presente que vivemos e do futuro que não estamos a construir devidamente. Apenas ilustrativamente e nos termos aleatórios que decorrem de um jornal num dado dia do ano. Deixei de lado, mas seriam igualmente bons indícios os conflitos em crescendo na Saúde (um estado de graça em evaporação?) ou os mais de 90 dias de greves na CP este ano (um desarranjo mais do que notório num país com o nosso grau de centralização), para além da procura de garagens para viver nos maiores centros urbanos (uma tristíssima evidência terceiro-mundista!). Da conjuntura vêm-nos desalinhos vários: mais uma demissão no Governo em mais um escabroso processo demonstrativo de que Costa não escolhe bem nem com cuidadoso critério, “os cabelos ao vento de Mário Centeno” oportunamente evidenciados pelo articulista Conraria e uma prevista e ridícula ideia de deslocação do eurodeputado Pedro Marques a Frankfurt para ralhar à senhora Lagarde. De anúncios de futuro, e para além do infantil entusiasmo de algum PS e de Pedro Nuno Santos com 2026 no horizonte “seja contra quem for” (à luz do que se percebe hoje, Costa ainda está à ilharga e a tal acontecer seria certamente para perder), chega-nos um Portugal do turismo a consolidar-se fortemente na próxima década contra todas as tendências de criação sustentada de riqueza que se vão percebendo no mundo. Inquietações múltiplas, pois, e de múltiplo tipo.
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