domingo, 23 de julho de 2023

ABENÇOADO ANTICICLONE!

Anda uma brutal vaga de calor pelo mundo, com algumas incidências raras em vários pontos da Europa (abaixo, algumas fotos sugestivas). Mais uma prova, perfeitamente dispensável a despeito dos discursos negacionistas, das mudanças climáticas e do aquecimento global que crescentemente nos atingem. O dado interessante da situação é, para nós portugueses, o de estarmos largamente a escapar a tal onda em resultado da proteção contra a massa de ar quente vinda do norte de África que nos vai concedendo o famosíssimo anticiclone dos Açores. O “El País” consagra hoje algum espaço àquele fenómeno e deixa-nos alguns elementos complementares de análise em relação ao mesmo, que seguidamente reproduzo em termos ilustrativamente sintéticos: o junho mais quente do planeta desde que há registos (ou seja, desde há 174 anos); a primeira quinzena de julho com a maior temperatura média diária do ar à superfície desde 1979; inúmeros recordes de calor em distintos pontos da Terra (de Turpan na China, com 52,2°, ao Parque Nacional do Vale da Morte na Califórnia, com 53,3°; de Licata em Itália, com 46,3°, a Figueres em Espanha, com 45,4°); registos diversos de um aquecimento extremo no Atlântico Norte. A infografia, o mapa e os gráficos mais abaixo são sintomáticos a darem conta de algumas das principais anomalias e factos em presença, bem assim como de alguns grandes números e tendências. Tudo num quadro em que importa sublinhar que os especialistas adiantam que, por cada 0,5° de incremento da temperatura média do planeta, se produzirão aumentos claramente percetíveis na intensidade e frequência dos fenómenos extremos.

 

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