Sim. 7787 é o número implacável de casais em
que ambos os cônjuges estão desempregados, segundo números de desemprego
registado recentemente publicados e respeitantes ao mês de Abril de 2012. Essa
publicação é concretizada ao abrigo da Lei 4/2010: Estado civil do desempregado
e condição laboral do cônjuge - 2011
A evolução do número
de casais abrangidos por esta situação (ver gráfico acima) ilustra bem a
escalada do fenómeno que tenho vindo a designar de “desemprego família” e
constitui um marco de uma outra escalada, a da degradação do estatuto do
desemprego e o aumento da probabilidade para que ele constitua um fator de
anemia e inação social.
A publicação
destes números não permite captar situações ainda mais graves de alargamento da
situação de desemprego a formas de família alargada, cuja incidência penaliza
seriamente a ocorrência de fenómenos de entreajuda familiar em quadros de família
informal alargada. Os números não nos permitem também saber que percentagem
destes casais não está já coberta pela proteção social no desemprego.
Tudo isto
recomendaria que o governo, atónito primeiro, desorientado depois, finalmente
incapaz de atuar perante o descontrolo em que a produção de desemprego está a
ocorrer, desse mostra de alguma proatividade em atacar o problema. Ou será que
a não proatividade também faz parte do síndroma do bom aluno na aceitação de
uma via punitiva?
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