Ontem foi a vez
de Fernando Teixeira dos Santos na comissão de inquérito ao BPN. Bem na atitude
e na forma, à-vontade no conteúdo. Sendo que, no tocante a este, há elementos
que ficarão para sempre por demonstrar ou no domínio do “palavra contra
palavra”. Exemplifico:
·
“A situação era uma situação explosiva. E nós não avançamos com a
solução da nacionalização do banco sem previamente termos tentado outras
soluções ou outras alternativas que impedissem recorrer a esse tipo de
solução.”
·
“Se, no momento da nacionalização, soubesse que as imparidades
eram de 1800 ou 2000 milhões de Euros, e que esta crise ia ser eventualmente
mais prolongada do que o que na altura se podia esperar, teria nacionalizado o
banco? Senhor deputado, eu dir-lhe-ia que sim.”
·
“A
Troika apontava para um cenário de liquidação do banco. Nós entendemos que o cenário de liquidação do BPN era um cenário que,
primeiro, acabaria por ser mais oneroso para o Estado do que um cenário de
alienação. Segundo, teríamos dificuldades no cenário de liquidação porque iria
suscitar uma corrida a levantamento dos depósitos do banco, o que iria fazer
com que nos confrontássemos com um problema de liquidez imediato porque era
necessário responder, obviamente, a essas exigências dos depositantes.
(…) A Troika aceitou: ‘sim, nós abdicamos do cenário
de liquidação mas têm de fazer uma privatização, que tem de ser rápida’”.
·
“O que se pretendia era vender algo que não valia nada por 1,16
euros por ação. No meio daquela situação de um banco sobre o qual havia
suspeições de irregularidades, com capitais próprios negativos, pretendia-se
tirar partido da situação para tirar dinheiro”.
No final do dia, o
que mais apoquenta é uma certa sensação de se estar a assistir a um combate inútil
entre atores secundários de um filme com outros protagonistas. Satisfeitos,
estes, já que enquanto o pau vai e vem, folgam as costas…
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