quarta-feira, 23 de maio de 2012

TRISTES FIGURAS!

Não consigo entender como Judite de Sousa se presta a desempenhar o papel que aceita ser o seu no “Olhos nos Olhos” da TVI 24. Completamente perdida – qual “barata tonta”, se quisessemos citar Marinho Pinto –, navega esforçadamente por entre os lugares comuns que psicoticamente capturaram Medina Carreira – hoje por hoje, muito provavelmente autoclassificável como um dos raros grandes sobreviventes da portugalidade! – e ainda se vê forçada à difícil missão de disfarçar como pode os incontáveis ruídos nasais e bocais com que aquele vai brindando os telespectadores.

Por ali se fala de tudo e de nada, do que se conhece e do que se ignora, do que releva e do que não importa, do que se ouve e do que não se ouve mas se quer ouvir. Foi também assim ontem, num programa sobre “O Estado do Ensino” em que – por manifesta ausência de enquadramento e com situações particulares a serem guindadas a verdades gerais – uma senhora professora do ensino secundário foi infamemente usada como matéria-prima em bruto para as mais desencontradas vulgaridades, maledicências e acusações ao serviço da arrasadora axiomática de um senior careta, vaidoso e petulante a quem tem sido permitido julgar-se travestido em estrela da pequena caixa.



Dois tipos de momentos altos do programa surgem ilustrados acima: Medina deliciando-se consigo próprio – como quando ia alternando entre piadolas e declarações majestáticas (“o predomínio agora é arranjar maneiras para ensinar, mesmo que não se tenha nada para ensinar”) – e Judite escandalizando-se/indignando-se perante as revelações de haver quem ensine Fernando Pessoa com o auxílio de um power-point ou de haver docentes que possam não saber as declinações do Latim. O restante foi dominado pela tal misturada sem regra de que seguem alguns exemplos, sem prejuízo de as imagens ficarem muito aquém do que foram aqueles delirantes 55 minutos – só vistos! (em http://www.tvi.iol.pt/videos/13632614). Fica entretanto a pergunta que me parece de higiene obrigatória: estará para breve o termo desta degradante experiência de uma grande profissional da nossa comunicação social?






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