Por ali se fala de tudo e de nada, do que se conhece e do que se
ignora, do que releva e do que não importa, do que se ouve e do que não se ouve
mas se quer ouvir. Foi também assim ontem, num programa sobre “O Estado do
Ensino” em que – por manifesta ausência de enquadramento e com situações
particulares a serem guindadas a verdades gerais – uma senhora professora do
ensino secundário foi infamemente usada como matéria-prima em bruto para as
mais desencontradas vulgaridades, maledicências e acusações ao serviço da
arrasadora axiomática de um senior careta, vaidoso e petulante a quem tem sido permitido
julgar-se travestido em estrela da pequena caixa.
Dois tipos de momentos altos do programa surgem ilustrados acima: Medina deliciando-se consigo próprio – como quando ia alternando entre piadolas e declarações majestáticas (“o predomínio agora é arranjar maneiras para ensinar, mesmo que não se tenha nada para ensinar”) – e Judite escandalizando-se/indignando-se perante as revelações de haver quem ensine Fernando Pessoa com o auxílio de um power-point ou de haver docentes que possam não saber as declinações do Latim. O restante foi dominado pela tal misturada sem regra de que seguem alguns exemplos, sem prejuízo de as imagens ficarem muito aquém do que foram aqueles delirantes 55 minutos – só vistos! (em http://www.tvi.iol.pt/videos/13632614). Fica entretanto a pergunta que me parece de higiene obrigatória: estará para breve o termo desta degradante experiência de uma grande profissional da nossa comunicação social?
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