sexta-feira, 18 de maio de 2012

SÍMBOLOS DA TOMADA DE POSSE


Não sou, como já repararam, dos que pensa que a eleição de Hollande constituirá a chave da resolução de todos os problemas que nos apoquentam. Antes me preocupa a dose certa de expectativas que ela pode provocar, pois como um dos patronos deste blogue, Alfred O. HIrschman, nos ensinou, a deceção nos movimentos sociais conduz-nos a longos períodos de inação e de desvalorização posterior do interesse público. Mas estou entre os que pensa que a eleição ilustra que há margens de transformação possível, que é sempre possível infletir o rumo das coisas, que o movimento das ideias tem mais força do que alguns pensam.
Tudo isto graças a um pequenino texto da correspondente Dolores Soler-Espiauba do El Pais em Bruxelas que destaca e bem a importância simbólica das duas cerimónias oficiais após a muito republicana tomada de posse de Hollande (comparada com a corte das tomadas de posse em Portugal é um verdadeiro prodígio de sobriedade).
Primeiro, visita ao monumento de Jules Ferry, grande inspirador da escola pública e laica para todos e uma palavra para a formação de docentes e para o papel da educação em territórios desfavorecidos.
Segundo, visita ao monumento de Marie Curie: imigração e sua integração, mulher investigadora e ciência.
Não quero ser elitista e não o sou. Mas isto de chegar à política vindo de uma Haute École, apesar de passar pelo aparelho partidário, tem muita força e socializa, socializa mesmo.

Sem comentários:

Enviar um comentário