domingo, 27 de maio de 2012

O VALOR DA LIBERDADE E DA INDEPENDÊNCIA


O folhetim Relvas vai enterrando o Governo num período em que bem precisava de alguma credibilidade interna. Bem sei e concordo com a sua análise, que José Pacheco Pereira tem defendido que a adulteração dos valores da liberdade de imprensa se encontra numa perigosa vertigem de indiferença, não se apercebendo o português médio do pântano de cumplicidades que reinam por aí.
Li nos jornais que o Partido Socialista terá alegadamente sustido o entusiasmo bem justificado de alguns parlamentares seus em cavalgar o assunto, com o argumento de que o crescimento e o desemprego devem ser as prioridades da sua atenção e ação política, dados os bons ventos que sopram de parte da União Europeia.
Não lembraria ao diabo estabelecer um “trade-off” entre os dois sistemas de valores, mas, pelo que se lê na comunicação social, a direção atual do PS inclina-se para o contrário, preferindo não batalhar pela denúncia do assalto às redes de influências e pela promiscuidade entre imprensa e agentes políticos.
Parece-me um taticismo fatal para que possa acreditar numa alternativa de governação. Porque será? Rabinho trilhado do período Sócrates e telhados de vidro demasiado frágeis? Falta de convicção nos valores de defesa de uma imprensa livre e independente? Simples cálculo político, dada a aparente indiferença da sociedade portuguesa para com as referidas cumplicidades?
E o que é que a tal Esquerda Livre terá a dizer sobre isto?

Sem comentários:

Enviar um comentário