Embora não possa jurar tratar-se da versão integral, junto algumas das principais contas de um deplorável rosário:
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Em
Outubro de 2009, Manuel Fernandes Gonçalves é 13º na lista à vereação da Câmara
Municipal do Porto pela candidatura “O Porto Primeiro” de coligação entre o PSD
e o CDS, que é vencedora elegendo Rui Rio e seis vereadores.
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Em
Novembro de 2011, Gonçalves toma posse como vereador da Protecção Civil, Controlo Interno e Fiscalização da CMP, em substituição de
Sampaio Pimentel.
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Em
25 Janeiro de 2012, é anunciado que Gonçalves passa a tutelar a pasta do
Ambiente e a presidir ao conselho de administração da Águas do Porto, lugares
deixados vagos com a saída de Álvaro Castello-Branco para a empresa Águas de
Portugal.
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Em 27 de Janeiro de 2012, é noticiado que o vereador
do Ambiente e administrador da empresa Águas do Porto foi declarado falido em
2008 e que tal determinaria, de acordo com a lei eleitoral autárquica, a
sua situação de inelegibilidade em 2009. Rui Rio esclarece ter sido apanhado de
surpresa com o caso e ter pedido aos serviços para analisar o caso, enquanto
Gonçalves pede a suspensão de mandato.
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A 7 de Fevereiro de 2012, em
esclarecimento escrito apresentado ao executivo da Câmara, o vereador do CDS diz
não ser verdade que tenha declarado falência nem tão pouco que tenha escapado a
qualquer pagamento a qualquer credor. Aquele executivo aprova a suspensão do
mandato do vereador “por 30 dias, renováveis por idênticos períodos, até que a
reabilitação [financeira] esteja comprovada”.
·
Alguns dias mais tarde, um
esclarecimento do gabinete de comunicação do município assegura que “Manuel
Gonçalves não é, nem nunca foi, presidente da empresa Águas do Porto”.
·
Cerca de um mês depois, Gonçalves declara: “Tenho de cumprir 30
dias [de suspensão]. A partir daí posso regressar a qualquer momento. A
suspensão pode ir até um ano.”
·
Ainda
em início de Março, sabe-se que o Tribunal de Comércio de Gaia decretou em
Janeiro a penhora de um imóvel ao vereador com mandato suspenso para pagar
parte de uma dívida de mais de 238 mil euros aos credores.
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Em 2 de Abril de 2012, é dado a conhecedor que o dito vereador pagou,
através de terceiros, 102 mil euros de dívidas no quadro do processo de insolvência,
tendo recebido o perdão de quase metade dos créditos reclamados (designadamente,
BES e Unicre). É entretanto divulgado que uma das empresas credoras recebeu 48
mil euros pagos por um sacerdote de apelido igual ao do autarca.
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Em 23 de Abril de 2012, a “Lusa” refere que Gonçalves fora também
alvo de uma "acção de execução" de 1.964,07 euros solicitando "a
penhora" do apartamento por ele detido em condomínio da Póvoa de Varzim.
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Hoje mesmo, lê-se no “Jornal de Notícias” (ver acima) que o
“Tribunal da Póvoa não encontra vereador”, explicando o corpo do texto tratar-se
do cumprimento do pedido de “citação pessoal” da ação de perda de mandato
iniciada pelo Ministério Público. Ao que o “Correio da Manhã” acrescenta que
“atualmente, Manuel Gonçalves ainda tem de pagar mais de 238 mil euros a
credores”.
Tudo em nome do rigor e da transparência, bem
entendido…
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