Já aqui falei do Manuel António Pina
(post de 5 de Abril, aliás reportando-me a um texto dele que já merece atualização
na medida em que, afinal, não é 2015 que é já amanhã mas talvez 2018!). Não
obstante, um impulso quase primário provocado pela leitura da sua crónica de
hoje no JN leva-me à repetição.
Chama-se “A fé move montanhas” e dirige-se ao nosso ministro das
Finanças. Assim: “A fé cega de Vítor
Gaspar em que a receita neoliberal que aprendeu nos livros (mais empobrecimento
dos pobres e mais enriquecimento dos ricos) resolverá, se o Deus Mercado
quiser, todos os problemas do país é de tipo mágico e não de tipo racional, a
versão em economista do mito infantil segundo o qual, se acreditarmos muito
numa coisa, ela acabará por realizar-se.”
E conclui desta forma: “O
método até pode, sabe-se lá, vir a dar certo. Pelo menos deu certo com aquele
personagem de Carl Sandburg que comprou o 42 na Lotaria, anunciando que era
nesse número que iria sair a ‘taluda’ e que, quando o 42 de facto saiu,
perguntado se acertara por palpite ou se usara um método, respondeu algo do
género: ‘Usei um método científico: atirei ao ar o álbum de família e ele caiu
aberto na página 7, onde estavam as fotos do meu avô e da minha avó. O meu avô
e a minha avó ambos na página 7, estão a ver? Ora 7 vezes 7 são 42...’“.
Magistral!
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