A Fundação Museu do Douro prossegue o seu
excelente trabalho, apesar dos meios escassos, de valorização do papel da
cultura na sua articulação com o território e com a economia do vinho num Douro
que ameaçado pela coesão social continua a evoluir para a excelência.
Tem para mim especial significado a
internacionalização de uma das suas iniciativas mais marcantes, o Entre Margens que é
um projeto de intervenção artística no espaço público, com autoria e produção
da Procur.arte Associação Cultural. A dinamização de novas leituras sobre a
criação artística contemporânea e a valorização do espaço público das cidades em
torno dos conceitos de desenvolvimento local sustentável, cooperação cultural e
preservação ambiental responde a uma das carências mais marcantes da região – a
qualidade da sua base urbana.
A internacionalização da exposição Entre
Margens terá lugar em Bordéus, integrando o evento de abertura da “Fête de L'Europe”, mesmo em frente à Câmara
Municipal e à Catedral Saint-André.
Segundo a organização, “´A Fête de L'Europe´ é comemorada em Maio em todos os 27 países
membros da União Europeia em homenagem à assinatura da Declaração Schuman que
teve lugar em 9 de Maio de 1950 e lançou as bases da integração europeia.
Durante a semana da “Fête de L'Europe”,
o centro histórico de Bordéus acolhe dezenas de atividades culturais”.
A criação de uma fileira de iniciativa “bottom-up” entre território (paisagem),
economia do vinho e cultura tem a virtude de regressar às origens da
candidatura da região demarcada, centrada no conceito de paisagem cultural. A Fundação
Museu do Douro tem um papel central nesse regresso às origens e só espero que a
generalidade das instituições locais se reveja nesse reencontro. Essa parece
ser a via mais promissora para homenagear o gigantesco esforço do trabalho humano
imerso naquela paisagem e o espírito pioneiro e de iniciativa que cavou a sua
diferença como região vinhateira.
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