Há quem aprecie a sua frontalidade, há quem o critique por abusos
de linguagem. De um ou outro modo, o bastonário da Ordem dos Advogados tem uma
enorme qualidade: não foge aos assuntos e não se
refugia naquele “politicamente correto” – a meio caminho entre o institucional
e o técnico – que só a proximidade ao poder central conhece e sabe cultivar com
a devida mestria e o correspondente cinismo.
Perguntava ele há dias acerca da lamentável novela que gira em
torno do líder parlamentar que marcou os tempos áureos do cavaquismo:
·
“O
que é que houve para deixar de haver perigo de fuga. A pessoa confessa,
colabora e sai da prisão; não confessa, não colabora, fica na prisão. Eu quero
perguntar o que é que distingue este modelo processual do modelo da
Inquisição.”
·
“Estou
profundamente preocupado com os sintomas de perversão do nosso modelo penal. Profundamente
preocupado. Lembra os piores períodos da história da humanidade. A prisão
preventiva não é para isso. Não é para as pessoas ficarem presas até
colaborarem com os acusadores. Acho que quem de direito deveria dar os
esclarecimentos públicos que este caso exige.”
Tudo isto existe, tudo isto é triste… e nunca saberemos tudo!
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