Do blog Tela de Letras: "De tanto recusar-se a tomar partido, criou o complexo de 'Pôncio Pllatos', vivia lavando as mãos."
A posição do Primeiro-Ministro
Passos Coelho sobre o regresso da pressão europeia sobre a Alemanha para
equacionar diferentes formas de monetarização da dívida, a já popular emissão
de eurobonds, começa a ser intrigante no
seu seguidismo às posições alemãs. Creio que a posição é essencialmente marcada
pela opinião do Ministro das Finanças Vítor Gaspar nessa matéria, que não
esquece a casa mãe, o BCE, donde brotou para o Governo. A posição do Primeiro-Ministro,
inspirada ou não pelo mais coerente e também mais ortodoxo Ministro das Finanças,
lembra-me um dito popular que algum humorista que perdi na memória deve ter
difundido e que consistia na fórmula “Não me comprometa”.
Não me parece
haver no Governo e laboratórios de produção de ideias em Portugal com ele
identificados ou a trabalhar para o mesmo reflexão e investigação credíveis que
justifiquem um seguidismo tão pouco crítico em relação às posições
essencialmente do Banco Central alemão. Até porque as vozes que se têm
adicionado à defesa de diferentes variantes dos eurobonds não têm enfrentado contraditório que se veja.
Intriga-me se a
posição seguidista é de simples fachada tática e se, pelo contrário, nos cenários
da discussão o governo português emite opinião e participa proactivamente na
discussão. Ou se, para mal dos nossos problemas, o seguidismo segue o mesmo
padrão reverencial nos bastidores (nos quais certamente a TVI não se atreverá a
entrar mais).
Se for esta a tendência,
então o título do post deveria antes
ser “não nos comprometa”, antes que seja tarde e não haja recuo.
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