Numa região cada
vez mais pequena em distâncias-tempo, almoço com amigos em Alturas do Barroso,
bem lá em cima junto ao Alto Rabagão, como uma espécie de preparação para um
fim de tarde de luz, que só a Casa da Música consegue oferecer, com as irmãs
Katia e Marielle Labèque.
Com as irmãs Katia
e Marielle aumenta o número dos pianistas de topo que consegui ver ao vivo,
seja no Porto, seja em Lisboa, esperando ter vida suficiente para começar uma
outra coleção, a dos jovens pianistas que definirão daqui uns anos o topo.
O programa de
hoje, composto de Debussy e Ravel (ano França 2012), trouxe-nos uma leveza só
compatível com a luz de fim de tarde que inundava o palco da Suggia. A minha Ma Mère l’Oye
(Ravel) de referência era a de Argherich e Pletnev, numa gravação que faz parte
reiteradamente de muitas tardes de trabalho. Mas a partir de hoje procurarei avidamente a gravação das irmãs Labèque (para já fica uma gravação no You Tube).
Dois encores
fabulosos, já numa total interação com o público emotivo da Suggia (onde a presença
secular de Manuel de Oliveira se destacava), fecharam o concerto. O primeiro,
que me pareceu uma peça de Gershwin, anuncia um outro reportório das irmãs, com
um swing contagiante. Oxalá a Casa da
Música possa manter o nível da programação em todo este vendaval de cortes
orçamentais.
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