(Manuel Bruque, EPA)
A
confusa e pouco transparente nacionalização do BANKIA em Espanha evidencia bem que
o que nasce torto (dúbio) nunca mais se endireita (clarifica). O significado
político da insolvência eminente daquele banco espanhol, anteriormente presidido
por Rodrigo Rato, uma personalidade eminente da direita espanhola, surgiu diluído
no vendaval que atormenta a economia espanhola. De facto, com a bolsa em queda
brutal e os prémios de risco a tocarem a fasquia fatídica dos 500 pontos, a
nacionalização do BANKIA viu o seu significado político desvanecer-se. Claro o
que salta para a opinião pública espanhola é sobretudo a indeterminação quanto à
solidez do sistema bancário e financeiro espanhol e sobre o que permanecerá
ainda obscuro por detrás do que vem à superfície.
Mas
o artigo de Josep Romaneda no El País de hoje é particularmente oportuno pois
se concentra no significado político do processo BANKIA.
Vale
a pena citar:
“A crise do Bankia é muito grave para
o PP porque é o fim do mito dos paraísos da direita: Valência e Madrid. Bankia é
a soma da Caja Madrid e de Bancaja. Ou seja, os dinheiros do fartar vilanagem
valenciano e da omnipotência madrilena, que o PP apresentava como exemplos de êxito
económico, de modernidade, de progresso. Afinal estava cheio de enganos e de
territórios obscuros. Com a queda do Bankia, o PP perde a credibilidade como
gestor, que tanto alardeava enquanto que a quimera do ouro ia fazendo estragos
nos seus territórios exemplares.”
Quem
escreve assim … de facto não desvaloriza o significado político das coisas
mesmo que a envolvente económica seja de vendaval desfeito.
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