A perturbação ou surpresa que os dados mais
recentes do desemprego em Portugal têm suscitado junto de membros do governo,
incluindo o Primeiro-Ministro Passos Coelho conduziram este último a uma nova
categoria estatística para a análise do mercado de trabalho: a “taxa de
desemprego a que estamos ou não habituados”. O que é uma demonstração da
capacidade de inovação analítica da atual maioria.
Bem mais importante seria falar da tolerância
social à taxa de desemprego. E aqui a nossa experiência é de baixa tolerância,
sobretudo devido à precária almofada social de partida (designadamente da taxa
de pobreza e dos cortes na proteção social associada) e da lenta erosão das
redes de solidariedade espontânea que ainda vão existindo mas não com a
disseminação que já tiveram.
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