domingo, 6 de maio de 2012

VPV E OS SOCIÓLOGOS



As ondas de choque do caso Pingo Doce propagaram-se ao longo da semana numa sequência de análises e comentários que praticamente dominou a agenda do debate político.
Retenho de entre o muito ruído de ideias que o tema provocou a diatribe de Vasco Pulido Valente no Público de sábado contra os sociólogos numa crónica duramente intitulada de Bodo aos Pobres. Os maus fígados de VPV destilam regularmente alvos preferenciais e desta vez os sociólogos não escaparam. É verdade que alguns elementos da tribo não estiveram particularmente inspirados. Manuel Villaverde Cabral, por exemplo, não arranjou melhor dicotomia do que a de trabalhador-consumidor para analisar o caso Pingo Doce, tendo decretado que o consumismo imperou em detrimento da militância. Parece-me que MVC não entendeu ainda o estado do país, aliás compreensível em alguém que tão laudatoriamente recebeu a nova maioria política.
Num blogue como este em que a Paula Guerra está inativa do ponto de vista de produção e em que ainda esperamos pelos contributos do José Madureira Pinto não há capacidade de resposta à diatribe de VPV que passo a citar:
“Houve, apesar disso, meia dúzia de protestos sem consequência mas com fervor e meia dúzia de extravagantes teorias de sociólogos no desemprego. Dos sociólogos não vale a pena dizer muito, porque lhes pagam precisamente para fingir que explicam a evidência num calão consensual e sedativo e, se possível, sem sentido”
Chocou-me sobretudo o “porque lhes pagam precisamente para fingir que explicam …”. Quem responderá a este veneno destilado pela pena de VPV? Estou curioso.

1 comentário:

  1. Talvez o António Barreto, se conseguir despir as vestes de juíz em causa quase própria...

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