“Um voto de raiva” titula o “To Ethnos”.
E é assim que os resultados quase definitivos das eleições gregas –
designadamente a enorme queda dos partidos governamentalizáveis num quadro
compatível com a intervenção externa a que o país está sujeito – fazem com que
não deva andar muito longe da verdade se afirmar que a coincidência
franco-grega de ontem em termos de calendário eleitoral se repetirá a curto
prazo ao fazer da Grécia o primeiro grande teste europeu de François Hollande…
“Pour mémoire”:
- Nova Democracia (ND) e PASOK ficaram reduzidos a 149 dos 300 lugares parlamentares e sem qualquer “bengala” possível em termos de coligação (quer a direita tradicional quer os liberais foram literalmente varridos, não elegendo qualquer deputado, enquanto os 33 “gregos independentes” são liderados por um dissidente da ND em oposição aos excessos de austeridade impostos ao país);
- à esquerda dos socialistas está agora quase um terço dos representantes populares, com o SYRIZA (uma espécie de Bloco de Esquerda à grega) a tornar-se segundo partido;
- com 21 eleitos, os neo-nazis de Nikolaos Michaloliakos (“a Europa das nações vai voltar, e a Grécia é só o começo”) garantiram uma perigosa entrada no jogo democrático.
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