segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A RECONVERSÃO DAS GALINHAS



Anda o Governo atarefado em harmonizar posições sobre como reindustrializar, ou seja, em redefinir o alcance do que o ministro Álvaro designou de fundamentalismos ambientalistas e nem deu atenção ao que a azougada ministra Cristas anunciou como sendo uma “grande vitória” em Bruxelas.
Nada mais, nada menos do que a grande reforma das galinhas portuguesas, segundo o portal do Governo: “A Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afirmou que a reconversão de explorações de galinhas poedeiras que violavam as normas comunitárias foi concluída sem necessidade de abater animais. No início do ano, a Comissão Europeia abriu um processo de infracção contra 13 Estados-membros, incluindo Portugal, por atraso na aplicação da legislação sobre bem-estar das galinhas poedeiras, que deviam ter gaiolas melhoradas, com mais espaço para fazerem ninho, esgravatarem e empoleirarem-se, ou em sistemas alternativos. Assunção Cristas afirmou aos deputados da Comissão Parlamentar de Agricultura que tudo foi feito sem encerrar explorações, nem abater animais: «Tudo foi reconvertido. Nas explorações mais pequenas mudou-se o sistema de produção para sistemas ao ar livre», afirmou a Ministra, acrescentando que «há a expectativa» de aumentar o efetivo atual, de 6 milhões de galinhas, para 7 ou 7,5 milhões”.
A fazer fé em toda a notícia governamental, a melhoria das condições de bem-estar do galináceo tem por efeito resolver um problema demográfico, aumentando efetivos de 6 para 7 ou 7,5 milhões.
A ministra Cristas talvez esteja a falar por metáforas. Do arrendamento ao ambiente e ordenamento, passando agora pelos galináceos, a ministra diversifica-se. Terá encontrado uma nova forma de comunicação dos grandes problemas do país? Insensibilidade social parece existir. Mas uma profunda sensibilidade aos problemas dos galináceos está agora demonstrada. E não sei se repararam na subtileza de resolverem os problemas das explorações mais pequenas, glorificando os sistemas produtivos ao ar livre. Um regresso às origens?

Sem comentários:

Enviar um comentário