Eis o que disse Passos na Quarta-Feira: “Nós
temos uma Constituição, como sabe, que trata o esforço do lado da educação de
uma forma diferente do do lado da saúde. Isso dá-nos aqui alguma margem de
liberdade na área da educação para poder ter um sistema de financiamento mais
repartido entre os cidadãos e a parte fiscal direta que é assegurada pelo
Estado.”
O País foi assim posto a discutir a ideia e a
sua viabilidade constitucional. E o ministro da Educação, numa lógica de controlo
dos danos, logo veio negar que o Governo estivesse a ponderar pôr em causa a
gratuitidade do ensino obrigatório. Esse era o ponto da situação à entrada do
fim de semana, como bem mostrava a principal notícia de capa do “Diário Económico”
de Sexta-Feira.
Mas, não satisfeito com esta tendencial acalmia, Passos
resolveu vir novamente a terreiro fazendo passar para o “Diário de Notícias” de
hoje a sua alegadamente genuina perspetiva de que o financiamento de que falava
era dos “45 cêntimos pagos por disciplina no secundário”. Ao mesmo tempo que
declarava, a partir de Cabo Verde, que houve uma “interpretação abusiva” e que “não
é possível, em termos de ensino obrigatório, criar taxas dessa natureza”.
Trapalhada, no mínimo!
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