Adquiro semanalmente uma revista de grande
informação e tendo a oscilar entre a Visão e a Sábado. O tema de capa ajuda a
decidir, assim como um rápido folhear das mesmas quando para tal há tempo. Mas
uma das vantagens que mais reconheço à segunda tem a ver com a qualidade de
alguns dos seus colunistas, especialmente José Pacheco Pereira e Pedro Santos
Guerreiro.
Esta semana, um colunista da Sábado (Gonçalo
Bordalo Pinheiro) escolheu para sua abordagem um tema bem interessante: a
decisão do Governo britânico de nomear um cidadão estrangeiro para substituir
Mervyn King enquanto governador do prestigiado Banco de Inglaterra (BoE), no
caso o ex-governador do Banco Central do Canadá Mark Carney e após um processo de
recrutamento relativamente original e amplamente transparente (concurso
internacional aberto e globalmente divulgado, elaboração de uma “shortlist” por
uma comissão de altos funcionários, inquirição parlamentar).
Onde a porca torceu o rabo foi na infeliz comparação
desta feliz forma de encontrar “a melhor, mais experiente e mais qualificada
pessoa do mundo para o cargo” com a nomeação do atual governador do Banco de
Portugal pelo anterior ministro das Finanças. Nunca é justo falarmos daquilo
que não sabemos ou para que não temos competência, mas a insinuação de que Carlos
Costa seria “a melhor, mais experiente e mais qualificada pessoa do círculo de
conhecidos do ministro para o cargo” não releva de qualquer nexo de causalidade
com a qualidade da sua prestação – aliás altíssima – e corresponde a um
floreado tão desnecessário e arbitrário quanto deplorável…
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