Por mais paradoxal
que o possa parecer sempre associei o Natal a uma ideia de mobilidade e
reencontro. Um urbano dos quatro costados a pensar o Natal nos termos dos
reencontros com as raízes, um ponto de convergência de gente proveniente de vários
sítios é algo de incompreensível. Há tempos, quando passava o Natal em Seixas
aproximei-me desse imaginário. Para aí convergíamos em busca não de raízes, mas
de uma simples segunda residência. O ciclo das vidas de todos levou-nos a
regressar ao Natal na casa de todos os dias. Mas novas situações emergiram. Os
filhos crescem, constituem as suas vidas e passam a partilhar o Natal com as
novas famílias. Um novo ritmo bianual emerge. Natal com filhos e noras e Natal
sem filhos e noras. Este ano é sem filhos e noras. Não tem o mesmo significado.
Mas regras são regras.
Nas condições
em que a diáspora da juventude portuguesa se vai manifestar nos próximos
tempos, sobretudo da mais qualificada e da que pode aspirar a uma maior ambição
de destinos, o Natal vai ser cada vez mais um Natal de reencontros, uma
oportunidade de estar juntos. Embora por agora a diáspora da juventude não nos
atinja, pressinto que o Natal português será no futuro cada vez mais a festa do
reencontro. Com essa tendência aprenderemos a valorizar esses raros momentos de
convívio sereno, essa sensação preciosa de gostar de estar juntos.
Feliz Natal e
uma boa ceia a todos que vão tendo a pachorra de acompanhar o Interesse
Privado, Acção Pública.
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