segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

GEOGRAFIAS DO NATAL



Por mais paradoxal que o possa parecer sempre associei o Natal a uma ideia de mobilidade e reencontro. Um urbano dos quatro costados a pensar o Natal nos termos dos reencontros com as raízes, um ponto de convergência de gente proveniente de vários sítios é algo de incompreensível. Há tempos, quando passava o Natal em Seixas aproximei-me desse imaginário. Para aí convergíamos em busca não de raízes, mas de uma simples segunda residência. O ciclo das vidas de todos levou-nos a regressar ao Natal na casa de todos os dias. Mas novas situações emergiram. Os filhos crescem, constituem as suas vidas e passam a partilhar o Natal com as novas famílias. Um novo ritmo bianual emerge. Natal com filhos e noras e Natal sem filhos e noras. Este ano é sem filhos e noras. Não tem o mesmo significado. Mas regras são regras.
Nas condições em que a diáspora da juventude portuguesa se vai manifestar nos próximos tempos, sobretudo da mais qualificada e da que pode aspirar a uma maior ambição de destinos, o Natal vai ser cada vez mais um Natal de reencontros, uma oportunidade de estar juntos. Embora por agora a diáspora da juventude não nos atinja, pressinto que o Natal português será no futuro cada vez mais a festa do reencontro. Com essa tendência aprenderemos a valorizar esses raros momentos de convívio sereno, essa sensação preciosa de gostar de estar juntos.
Feliz Natal e uma boa ceia a todos que vão tendo a pachorra de acompanhar o Interesse Privado, Acção Pública.

Sem comentários:

Enviar um comentário