O que terá levado António Guterres a
aceitar presidir há dias à inauguração do Centro Escolar de Sobreira no Municipio
de Paredes? (imagem acima). E, aproveitando o pretexto da deslocação, a
conceder uma entrevista à RTP onde claramente quis deixar alguns recados?
(imagem abaixo).
A crermos no que disse, e um católico
não mente, não se tratou de um ensaio geral para um eventual regresso à
política doméstica: “Eu não sou candidato a candidato a coisa nenhuma na vida
política portuguesa, entendo que houve uma fase da minha vida em que dei tudo
aquilo que podia – melhor ou pior, mas dei tudo aquilo que podia –, acho que as
coisas chamaram-me, uma certa vocação que me chamou para outras coisas e neste
momento sinto-me profundamente realizado a fazer o que estou a fazer. (…) Não
me está a pedir para fazer juramentos, porque os juramentos são absurdos. Não
tenho qualquer intenção de regressar à política portuguesa.”
Mas, então, porquê vir fazer agora –
onze anos passados e com o País mergulhado numa crise identitária sem paralelo
com o “pântano” daqueles tempos – o seu ato de contrição? Assim rezou: “Todos
aqueles que exerceram funções em Portugal, terão tentado fazer melhor ou pior,
mas obviamente que têm uma responsabilidade no facto de nós até hoje ainda não
termos sido capazes de ultrapassar esses défices tradicionais, essa
incapacidade tradicional para competir em plano de verdadeira igualdade com os
nossos parceiros, nomeadamente no quadro europeu. E ainda não fomos capazes, e
eu próprio porventura também o não fui, inteiramente pelo menos, ainda não
fomos capazes de (re)situar o País por forma a podermos garantir aos nossos
cidadãos melhores níveis de emprego e de bem-estar.”
Aceitam-se sugestões e hipóteses de
resposta para uma questão com contornos tanto mais intrigantes quanto é facto
que ontem a vez televisiva calhou a José Manuel Barroso – o Durão que sucedeu a
Guterres e que também lhe seguiu as pisadas de deserção –, embora este
preferindo a SIC. Porque será?
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