segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SÓ ELE(S) SABE(M)

 
O que terá levado António Guterres a aceitar presidir há dias à inauguração do Centro Escolar de Sobreira no Municipio de Paredes? (imagem acima). E, aproveitando o pretexto da deslocação, a conceder uma entrevista à RTP onde claramente quis deixar alguns recados? (imagem abaixo).


A crermos no que disse, e um católico não mente, não se tratou de um ensaio geral para um eventual regresso à política doméstica: “Eu não sou candidato a candidato a coisa nenhuma na vida política portuguesa, entendo que houve uma fase da minha vida em que dei tudo aquilo que podia – melhor ou pior, mas dei tudo aquilo que podia –, acho que as coisas chamaram-me, uma certa vocação que me chamou para outras coisas e neste momento sinto-me profundamente realizado a fazer o que estou a fazer. (…) Não me está a pedir para fazer juramentos, porque os juramentos são absurdos. Não tenho qualquer intenção de regressar à política portuguesa.”
 
Mas, então, porquê vir fazer agora – onze anos passados e com o País mergulhado numa crise identitária sem paralelo com o “pântano” daqueles tempos – o seu ato de contrição? Assim rezou: “Todos aqueles que exerceram funções em Portugal, terão tentado fazer melhor ou pior, mas obviamente que têm uma responsabilidade no facto de nós até hoje ainda não termos sido capazes de ultrapassar esses défices tradicionais, essa incapacidade tradicional para competir em plano de verdadeira igualdade com os nossos parceiros, nomeadamente no quadro europeu. E ainda não fomos capazes, e eu próprio porventura também o não fui, inteiramente pelo menos, ainda não fomos capazes de (re)situar o País por forma a podermos garantir aos nossos cidadãos melhores níveis de emprego e de bem-estar.”
 
Aceitam-se sugestões e hipóteses de resposta para uma questão com contornos tanto mais intrigantes quanto é facto que ontem a vez televisiva calhou a José Manuel Barroso – o Durão que sucedeu a Guterres e que também lhe seguiu as pisadas de deserção –, embora este preferindo a SIC. Porque será?

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