O
prometido é devido. Aqui estão imagens que, modestamente, poderão ser
importantes no futuro para assinalar a presença e influência do pensamento do
recém-desaparecido Albert Otto Hirschman em Portugal, anteriormente ao seu Honoris
Causa na Faculdade de Economia do Porto.
Em 1983,
eu próprio e o meu amigo Carlos Costa, hoje Governador do Banco de Portugal,
navegávamos nas águas da teoria do (sub) desenvolvimento e enviávamos os dois
volumes publicados da nossa antologia Do
Subdesenvolvimento – Vulgatas, Ruptura e Reconsiderações em torno de um
conceito, organizada em modelo de antologia e roteiro crítico a
Albert O. Hirschman. Mais do que uma prova de delicadeza, era uma oportunidade
para manifestar ao autor o nosso reconhecimento pela influência marcante que a
sua obra tinha exercido sobre a nossa periodização da teoria do (sub)
desenvolvimento. Hoje, esgotados na editora Afrontamento, os volumes Vulgatas e
Rupturas estão publicadas (por iniciativa do Professor Carlos Pimenta) como e-book no Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto.
Em 25 de
Março de 1983, a então secretária de Hirschman no já famoso Institute for
Advanced Study da Universidade de Princeton, Cynthia Mason-Matcho respondia-nos
amavelmente, acusando a receção da obra e comunicando que o autor se encontrava
em viagem pela Argentina.
Surpresos,
em Abril de 1983 recebíamos, emitida de Buenos Aires, uma carta assinada pelo
punho de Hirschman em que simpaticamente expressava o seu contentamento pelo
facto da sua obra ter sido inspiradora de uma dada leitura do estado da arte e
da evolução da teoria do (sub) desenvolvimento.
Um
simples ato de cortesia mas ilustrativo da sua simplicidade e ética
intelectual. Um documento de curiosidade histórica que vale o que vale e que
tem para mim e creio que também para o Carlos Costa uma dimensão afetiva muito
forte.
... as coisas que eu descubro com este blog!!!
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